Tempo Inutil

Artista: Franz Ferdinand
Álbum: Franz Ferdinand
Editora: Domino Records
Data de Saída: 9-2-2004



Confesso que destacar (apenas) um disco, não é tarefa fácil. Correm-se inúmeros riscos (epistemologicamente, toda a escolha, enquanto subjectiva, é arriscada) e pode cair-se numa submissão redutora que qualquer exercício de catalogação pressupõe . É portanto, consciente de todos estes factores, que me proponho a realizá-la.
A minha escolha recai então neste Franz Ferdinand, o álbum homónimo que marca a estreia dos escoceses Franz Ferdinand, nos “longa duração”, e que saiu a 9 de Fevereiro de 2004.
Provenientes de Glasgow, são formados por Alex Kapranos (guitarra e voz), Bob Hardy (baixo), Nick McCarthy (guitarra) e Paul Thomson (bateria). Começaram a dedicar-se à música em 2001, altura em que não só trocaram de instrumentos entre si, como instalaram o seu quartel-general num armazém art-deco, abandonado, que passaram a denominar “The Chateau”, onde, para além de ensaiar, promoviam eventos (ilegais) que misturavam arte com música. Posteriormente, depois de descobertos pela polícia, instalaram-se num antigo tribunal-prisão; numa mescla de acontecimentos que contribuíram para aumentar o hype em seu redor, e proporcionar-lhes o que procuravam: «Algo em grande!». No Verão de 2002 planeavam lançar o seu primeiro EP, Darts of Pleasure, algo que foi feito em 2003, já com o selo da Domino Records. Até ao presente ano de 2004, abriram concertos de bandas como os Hot Hot Heat, ou os Interpol (houve até quem lhes chamasse os “Interpol Escoceses”), sendo já no início deste ano que saiu o single Take Me Out.
Com uma sonoridade próxima do art-rock-post-punk (lá está a famosa catalogação/caricatura!) este Franz Ferdinand é definitivamente um passo em frente no percurso musical da banda. É um álbum bastante ecléctico e que descobre novos caminhos, não sugeridos nos seus trabalhos anteriores. Abre com um prelúdio acústico, em Jacqueline, tema que acaba com uma violenta celebração hedonística e que por si só, dá uma boa ideia do que o disco contém. A dança é uma constante e deliberada presença neste trabalho, acentuada em Tell Her Tonight e em Cheatting on You, e o romantismo forçado também poderá ser identificado em temas como Take Me Out ou Darts of Pleasure. Os outros temas não escapam à regra, e o conjunto poderá ser identificado com adjectivos como, enérgico, sexy, volátil, teatral, dançável ou explosivo, negro, agressivo e maníaco.
É sem dúvida um disco muito interessante, de uma grande banda, que justifica assim a dose de atenção que lhe tem sido dedicada.
Ouçam e “ardam de desejo”...

Ainda a cadeira do estúdio não arrefeceu, e eu já estou aqui a "postar" mais um alinhamento de mais um Tempo Inútil.
Então foi assim:

1 - Cidade de Deus: O meu nome é Zé
2 - Nancy Sinatra: Bang bang, my baby shot me down
3 - Morrissey: Satan rejected my soul
4 - Belle & Sebastian: The loneliness of the middle distance runner
5 - Belle & Sebastian: Seymour Stein
6 - Iron & Wine: Free until they cut me down
7 - Iron & Wine: Sunset soon forgotten
8 - Tindersticks: City Sickness
9 - Nick Drake: Poor Boy
10 - Moldy Peaches: Jorge Regula
11 - Califone: Wingtoone
12 - Clinic: The second line
13 - Clinic: Monkey on your back
14 - John Waine shot me: Calling America
15 - Party of One: Baghdad Boogie
16 - Party of One: Fine Line Betweens

Como habitualmente, o Tempo Inútil volta à antena da RUC, na próxima Terça-feira, entre as 01.00h e as 02.00h...
Fiquem bem, aquele abraço...

É este o álbum do momento!! A rodar com assinalável frequência nos 107.9fm, (é o álbum da semana da Cantina Turner)!!

DE ouvir e chorar por mais...

Como diz o povo... "já muita água correu debaixo da ponte" ... desde a última actualização do blog! Motivos obscuros, idiossincrasias de uma vida coimbrã, foram os responsáveis de tanto atraso, e por isso, as minhas sinceras desculpas!!
Mas, eis que regresso aos posts!
Os ouvintes perceberam que o programa continuou a "ir para o ar", e para eles e para os interessados, aqui ficam os últimos alinhamentos:

Tempo_Inútil_09_03_2004:

1 - Yann Tiersen: Le vieux en vent encore
2 - Jay-Jay Johanson: Lychee
3 - Arto Lindsay: The Prize
4 - Zero 7: When it falls
5 - Air: Mike Mills
6 - Twinemen: Little by little
7 - Tindersticks: I want you
8 - Tindersticks: Sweet memory
9 - The Walkabouts: Man from Reno
10 - Nick Cave: Gates to the garden
11 - Calvin Johnson: Palriga
12 - Gary Jules: Mad World
13 - Ani di Franco: The true story of what was
14 - Ani di Franco: Bodily


Tempo Inútil_16_03_2004:

1 - Trans Am: Uninvited guest
2 - John Frusciante: Prostitution Song
3 - Flying Lizards: Sex Machine
4 - Bush Tetras: Too many creeps
5 - LiliPUT: Die matrosen
6 - Comet, Fats and The Big Sound - Bop Bop
7 - Pig Bag: Sunny Day
8 - Mo-Dettes: White mice
9 - New Age Steppers: Fade away
10 - The Clash: Last gang in town
11 - The Cramps: Mean Machine
12 - The Fleshtones: Next time
13 - Yeah Yeah Yeah's: Fever to tell
14 - The Rapture: Echoes
15 - Party of One: Shotgun funeral
16 - The Libertines: I get along


Et voilá...
Foi assim que soaram as duas últimas emissões do Tempo Inútil.
O próximo vai para o ar, como habitualmente, na madugada de 23 de Março, quando o relógio marcar 01:00h!
Até lá...